Quem sou eu
- Lica Veríssimo
- Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brazil
- Ziguezagueando por aí eu troco a pele. Fui pra lua morar!
terça-feira, 31 de março de 2009
No palco dos meus escritos - Lica Verissimo
No palco dos meus escritos
Assisto meus rabiscos.
Entram em cena então os pontos
As reticências dos meus encantos
Enquanto a exclamação grita lá no canto :
- As vírgulas não podem separar os sujeitos dos verbos !
E o que fala teu coração ?
- Ah , isto a gente coloca "entre aspas" .
Lica Verissimo
.Imagem by Emichan
segunda-feira, 30 de março de 2009
domingo, 29 de março de 2009
Na profundidade - Lica Verissimo
Rimas reticentes
Submergem neste mar de versos.
Por vezes sobem á tona respirando o meu silêncio.
Aparentemente me esqueço
Das palavras que ouvi lá dentro
E no desmaio do aqui fora
Quase nada me sustenta
Amanhecia e eu nem sabia
Que a canção que eu ouvia ,em sonho,
Era a poesia
Da vida que eu lembrava.
Lica Verissimo
/Imagem by Blackpinkgoldfish.
sexta-feira, 27 de março de 2009
Oferenda dos ventos - Lica Verissimo
quarta-feira, 25 de março de 2009
Entre o céu e o mar - Lica Verissimo
terça-feira, 24 de março de 2009
Explore o ilimitado - Lica Verissimo
segunda-feira, 23 de março de 2009
Interiores - Lica Verissimo
A vida está repleta de escolhas e oportunidades.
Nada é colocado em nosso caminho por acaso.
Quando nos recusamos a escolher, perdemos
a oportunidade de obedecer o que manda
nosso coração.
A escolha nos ensina como escutar e por que obedecer.
A paisagem mais bonita pode então ser apreciada dentro de nós mesmos.
Lica Verissimo
Imagem by Justin Lewis.
sábado, 21 de março de 2009
Sentidos - Lica Verissimo
sexta-feira, 20 de março de 2009
Fall - Cibele Canal Castro
Acaba-se a metamorfose
Caem as ilusões
Calmamente como as folhas de outono no término do verão
Retornam as águas de março
Fatalidade como a impermanência
Inevitável como a folha que cai placidamente sob nossos olhos.
Ciclos intermináveis
De estação a estação
De emoção a emoção
Intersecções precisas
Batem em nós os ventos outonais
Cibele Canal Castro
Imagem by Peter Cade.
terça-feira, 17 de março de 2009
A Foto - Lica Verissimo
segunda-feira, 16 de março de 2009
Awake - Lica Verissimo
A Cor da estação - Lica Verissimo
sábado, 14 de março de 2009
Desconstrução - Lica Verissimo
sexta-feira, 13 de março de 2009
Sobre as estações - Lica Verissimo
quinta-feira, 12 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
Dá-me tua mão - Cecília Meireles
Dá-me a tua mão:
Vou agora te contar
como entrei no inexpressivo
que sempre foi a minha busca cega e secreta.
De como entrei
naquilo que existe entre o número um e o número dois,
de como vi a linha de mistério e fogo,
que é linha sub-reptícia.
Entre duas notas de música existe uma nota,
entre dois fatos existe um fato,
entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam
existe um intervalo de espaço,
existe um sentir que é entre o sentir
- nos interstícios da matéria primordial
está a linha de mistério e fogo
que é a respiração do mundo,
e a respiração contínua do mundo
é aquilo que ouvimos
e chamamos de silêncio.
e nesse silêncio profundo se esconde
minha imensa vontade de gritar.
Cecília Meireles
terça-feira, 10 de março de 2009
Lua - Lica Verissimo
segunda-feira, 9 de março de 2009
Reflexos em reflexão - Lica Verissimo
domingo, 8 de março de 2009
Dawa Drolma - História de uma grande mulher nascida no Tibet oriental-Texto de Chagdud Khadro
Para ilustrar o dia internacional da mulher(8 março) , segue a história de uma grande mulher nascida no Tibet oriental.
Uma Ioguini nos Reinos Além da Morte
Morrer — absolutamente não ter respiração, calor, ou outros sinais vitais — por cinco dias, e então retornar e contar as experiências conscientes em outros reinos, que não o reino humano, parece incrível para a maioria de nós. Presenciado por vários grandes lamas, isto aconteceu a Delog Dawa Drolma, mãe de S.E.Chagdud Tulku Rinpoche. Sua história foi escrita tão logo ela retornou à vida e contou-a.
...
Quando era uma criança pequena, Dawa Drolma apresentou extraordinárias qualidades espirituais. Nascida em uma das mais ricas famílias do Tibete Oriental, ela desafiou a prosperidade de sua família pela sua boa disposição de dar objetos preciosos a qualquer mendigo que passasse. Sua família reverenciou-a como uma emanação da Tara Branca, mas mesmo assim seus parentes tentaram proteger seus pertences.
Aos dezesseis anos, ela teve uma visão, "em parte uma experiência meditativa, em parte um sonho", na qual foi cercada por três demônios femininos conhecidos como as irmãs do compromisso espiritual quebrado. A chefe dos demônios tentou enlaçá-la numa armadilha e colocar uma bandeira de seda negra ao redor de sua cintura, mas a divindade Tara Branca apareceu e protegeu-a. Esta foi a primeira de uma série de visões; as outras seguiram-se de intensa dor e doença, que eram indicações de que ela poderia morrer.
Muitos grandes lamas deram iniciações e práticas de longevidade, e ela mostrou excelentes sinais de realização dessas práticas. Não obstante, a própria Tara Branca indicou a Dawa Drolma que ela passaria alguns dias num estado de morte — coma — e deu-lhe instruções específicas sobre o que deveria ser feito para ajudar sua consciência a retornar ao corpo. Seus lamas protestaram dizendo que ela não deveria permitir tal coisa, que ela deveria continuar suas sadanas de longevidade. Fora do comum para uma garota de dezesseis anos, opondo-se aos praticantes mais poderosos e de uma geração mais velha, ela prevaleceu. Como os sinais de vida diminuíram, ela foi colocada em uma sala sem comida ou bebida, banhada numa água com açafrão, e envolvida em um tecido azul. A porta foi fechada, e fora da sala alguns lamas escolhidos conduziam cerimônias dia e noite.
Seguindo as instruções internas de Tara, ela permitiu que sua mente se colocasse no estado natural. Uma tremenda sensação de bênçãos surgiu e seu estado desperto foi desimpedido. "Foi como se pudesse escutar todos os sons e vozes em todas as terras, e não apenas aqueles em meu ambiente imediato", ela escreveu mais tarde. Tara apareceu diante dela "em uma massa de luzes de arco-íris, sua forma branca como um vaso de cristal". Um caminho de luzes de arco-íris penetrou seu quarto e ela seguiu-o para a terra pura de Guru Padmasambava, a Montanha Cor de Cobre. Suas descrições das terras puras que visitou eram completamente vivas e ricas em detalhes de mansões celestiais e alegres reuniões dármicas. Elas inspiram-nos a realizar nossos objetivos de prática.
Dawa Drolma também experienciou os reinos do inferno, fantasmas famintos e os estados imediatos após a morte. Depois, corriam lágrimas no seu rosto quando ela falou do sofrimento daqueles cuja não-virtude conduziu ao renascimento em reinos inferiores. Ela tinha conhecido alguns deles antes de morrerem, e eles pediram a ela que falasse aos seus parentes para manterem orações e cerimônias em seu favor. Também mandaram mensagens sobre lugares onde haviam escondido valores e dinheiro, e que deveriam ser usados para pagar pelas cerimônias. Se alguém duvidou das histórias de Dawa Drolma, suas dúvidas caíram por terra quando desenterraram os tesouros descritos em suas mensagens. Sua radiância ao descrever as terras puras, sua tristeza pelo sofrimento dos reinos inferiores, deram aos que ouviram sua história — e a nós hoje em dia — poderosas lições a respeito do resultado das virtudes e não-virtudes.
Infelizmente para as várias pessoas que a amavam e reverenciavam, Dawa Drolma morreu após o nascimento do seu terceiro filho, aos trinta e dois anos. Seu corpo permaneceu em postura meditativa por três dias até a consciência abandoná-lo e entrar em colapso. Certamente a transição interna para a morte não foi para ela mais difícil do que caminhar de um quarto para outro.
[Texto de Chagdud Khadro, tradução por Angelita Padma Palmo do CEBB].
quinta-feira, 5 de março de 2009
Waterfall - Lica Verissimo
terça-feira, 3 de março de 2009
Chuva - Lica Verissimo
Poesia esquecida
Nas frestas das portas
No vão das janelas
No espaço entre as nuvens
Bateu um vento...
Vem lá das bandas do tempo
E um arco-íris coloriu nossa íris
Íris
Ires
Ares
Lembrei dos lugares
Do perfume , luares
Nos Ares teu ires
E o arco-íris
Refração da luz
Nas gotas de água da chuva que veio.
Lica Verissimo
domingo, 1 de março de 2009
Na ilha por vezes habitada - José Saramago
Na ilha por vezes habitada do que somos, há noites,
manhãs e madrugadas em que não precisamos de
morrer.
Então sabemos tudo do que foi e será.
O mundo aparece explicado definitivamente e entra
em nós uma grande serenidade, e dizem-se as
palavras que a significam.
Levantamos um punhado de terra e apertamo-la nas
mãos.
Com doçura.
Aí se contém toda a verdade suportável: o contorno, a
vontade e os limites.
Podemos então dizer que somos livres, com a paz e o
sorriso de quem se reconhece e viajou à roda do
mundo infatigável, porque mordeu a alma até aos
ossos dela.
Libertemos devagar a terra onde acontecem milagres
como a água, a pedra e a raiz.
Cada um de nós é por enquanto a vida.
Isso nos baste.
José Saramago
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