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domingo, 8 de março de 2009
Dawa Drolma - História de uma grande mulher nascida no Tibet oriental-Texto de Chagdud Khadro
Para ilustrar o dia internacional da mulher(8 março) , segue a história de uma grande mulher nascida no Tibet oriental.
Uma Ioguini nos Reinos Além da Morte
Morrer — absolutamente não ter respiração, calor, ou outros sinais vitais — por cinco dias, e então retornar e contar as experiências conscientes em outros reinos, que não o reino humano, parece incrível para a maioria de nós. Presenciado por vários grandes lamas, isto aconteceu a Delog Dawa Drolma, mãe de S.E.Chagdud Tulku Rinpoche. Sua história foi escrita tão logo ela retornou à vida e contou-a.
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Quando era uma criança pequena, Dawa Drolma apresentou extraordinárias qualidades espirituais. Nascida em uma das mais ricas famílias do Tibete Oriental, ela desafiou a prosperidade de sua família pela sua boa disposição de dar objetos preciosos a qualquer mendigo que passasse. Sua família reverenciou-a como uma emanação da Tara Branca, mas mesmo assim seus parentes tentaram proteger seus pertences.
Aos dezesseis anos, ela teve uma visão, "em parte uma experiência meditativa, em parte um sonho", na qual foi cercada por três demônios femininos conhecidos como as irmãs do compromisso espiritual quebrado. A chefe dos demônios tentou enlaçá-la numa armadilha e colocar uma bandeira de seda negra ao redor de sua cintura, mas a divindade Tara Branca apareceu e protegeu-a. Esta foi a primeira de uma série de visões; as outras seguiram-se de intensa dor e doença, que eram indicações de que ela poderia morrer.
Muitos grandes lamas deram iniciações e práticas de longevidade, e ela mostrou excelentes sinais de realização dessas práticas. Não obstante, a própria Tara Branca indicou a Dawa Drolma que ela passaria alguns dias num estado de morte — coma — e deu-lhe instruções específicas sobre o que deveria ser feito para ajudar sua consciência a retornar ao corpo. Seus lamas protestaram dizendo que ela não deveria permitir tal coisa, que ela deveria continuar suas sadanas de longevidade. Fora do comum para uma garota de dezesseis anos, opondo-se aos praticantes mais poderosos e de uma geração mais velha, ela prevaleceu. Como os sinais de vida diminuíram, ela foi colocada em uma sala sem comida ou bebida, banhada numa água com açafrão, e envolvida em um tecido azul. A porta foi fechada, e fora da sala alguns lamas escolhidos conduziam cerimônias dia e noite.
Seguindo as instruções internas de Tara, ela permitiu que sua mente se colocasse no estado natural. Uma tremenda sensação de bênçãos surgiu e seu estado desperto foi desimpedido. "Foi como se pudesse escutar todos os sons e vozes em todas as terras, e não apenas aqueles em meu ambiente imediato", ela escreveu mais tarde. Tara apareceu diante dela "em uma massa de luzes de arco-íris, sua forma branca como um vaso de cristal". Um caminho de luzes de arco-íris penetrou seu quarto e ela seguiu-o para a terra pura de Guru Padmasambava, a Montanha Cor de Cobre. Suas descrições das terras puras que visitou eram completamente vivas e ricas em detalhes de mansões celestiais e alegres reuniões dármicas. Elas inspiram-nos a realizar nossos objetivos de prática.
Dawa Drolma também experienciou os reinos do inferno, fantasmas famintos e os estados imediatos após a morte. Depois, corriam lágrimas no seu rosto quando ela falou do sofrimento daqueles cuja não-virtude conduziu ao renascimento em reinos inferiores. Ela tinha conhecido alguns deles antes de morrerem, e eles pediram a ela que falasse aos seus parentes para manterem orações e cerimônias em seu favor. Também mandaram mensagens sobre lugares onde haviam escondido valores e dinheiro, e que deveriam ser usados para pagar pelas cerimônias. Se alguém duvidou das histórias de Dawa Drolma, suas dúvidas caíram por terra quando desenterraram os tesouros descritos em suas mensagens. Sua radiância ao descrever as terras puras, sua tristeza pelo sofrimento dos reinos inferiores, deram aos que ouviram sua história — e a nós hoje em dia — poderosas lições a respeito do resultado das virtudes e não-virtudes.
Infelizmente para as várias pessoas que a amavam e reverenciavam, Dawa Drolma morreu após o nascimento do seu terceiro filho, aos trinta e dois anos. Seu corpo permaneceu em postura meditativa por três dias até a consciência abandoná-lo e entrar em colapso. Certamente a transição interna para a morte não foi para ela mais difícil do que caminhar de um quarto para outro.
[Texto de Chagdud Khadro, tradução por Angelita Padma Palmo do CEBB].
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2 comentários:
Acho que não há nada a comentar, apenas contemplar.
Beijos!
Inspiração e exemplo de força e bondade. Para mim, a corporificação da compaixão.
Cibele
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